G.Fábio Madureira
O homem quis roubar
e roubou.
Pegou seu dom divino
e deu a seu destino
a marca do robô.
Um robô se programa
e sua ação só depende
do chip, da fita que é sua dona,
mas à vida não engana
por ser de todo carente
da dimensão humana.
Do robô de metal
o chip é a dona.
Do robô carnal
o umbigo o programa.
Pro robô de verdade
o ship é a porta.
Do homem de mentira
o umbigo não se corta.
E o homem
de mentira
vira robô
de verdade.
Ao ser
um ser
que não se vira
pois não é dono
de sua identidade.
E o horror
é que o homem robô
tá com medo
do próprio robô.