O dom da paternidade é proporcional à capacidade de cada pai em cultivar a produção/reprodução da energia material humana vital/positiva (EMH+). Quanto mais pai for mais proporcionará paz e harmonia em seu lar, gozando da felicidade de ter uma prole saudável física e espiritualmente.
Distinção entre alívio e prazer
Por isso, temos insistido na necessidade de se fazer a distinção entre prazer e alívio. É essa consciência que alimenta a trajetória de uma boa e sadia paternidade.
O alívio se dá quando estamos nos livrando das cargas de energia material humana mortal/negativa (EMH-). Esse processo gera uma sensação momentânea e passageira de bem estar. Mas, como é momentânea e passageira, é uma sensação que não nos satisfaz. Daí a necessidade de se repetir compulsivamente o mesmo processo ou buscar outro que gere alguma sensação semelhante.
A vivência do alívio é normal no atual estágio de nossa evolução humana. Quem não precisa de se aliviar de vez em quando?! A questão está em passar a considerar alívio como prazer. É assim que se amplia a produção/reprodução da EMH-.
Isso porque o verdadeiro prazer só se dá numa situação de bem estar, que é a condição necessária para se poder fruir o fluir da energia material humana vital/positiva (EMH+). É ela que nos proporciona satisfação e/ou até mesmo o gozo, gerando um sentimento de potência e auto-estima.
Por isso o verdadeiro prazer só se dá no cultivo das virtudes, que são a expressão de nossa potência na relação conosco, com o meio e com o nosso semelhante. Não é à toa que virtude é formada por “vir” (do latim, varão) e “tus” (tb do latim, perfumoso). E perfume é uma das características da EMH+, além do calor, da oleosidade e da doçura.
A paternidade na Sabedoria Popular
Na Sabedoria Popular não se preocupava em se ensinar isso ou aquilo aos filhos. O que se buscava é transmitir-lhes o valor da vivência das virtudes, em especial, honestidade, humildade, solidariedade, paz e amor, respeitando-se ao máximo o desejo, mas coibindo-se todo capricho e voluntariedade. Um homem virtuoso sabe entrar e sair das situações conhecidas, como também, a se virar nas desconhecidas, pois seu aprendizado foi todo na busca da perfeição.
E hoje em dia?
Infelizmente a sabedoria popular tem sido descartada pelo saber tecnocrático, para o qual virtude cheira a palavrão, a aparência é a medida e a competição, a motivação. Aprende-se a cultivar apenas o alívio, conferindo-lhe status de prazer. Por isso, o único sentimento reinante e restante é o de culpa. É ele que determina as relações marido x mulher, pais x filhos e irmã(o) x irmã(o).
Por tudo isso, a paternidade tem deixado de ser uma bênção para se tornar um fardo. E quão difícil tem sido carregá-lo!
Nossos Votos
Recobremos a leveza e a beleza da vida, que passa por uma paternidade ativa e sadia!
Que os pais sejam cada vez mais pais, sustentados pelas bênçãos do Pai de todos nós!
São os nossos votos, encaminhando-lhes o modelo de virtuoso da Sabedoria Popular, expresso pela poesofia “Enxuto”: https://www.seremsi.org.br/index.php?link=18&id=93