História da Formiguinha
Mestra do ontem perdido,
quando nos ensinaste
a história da formiguinha
e eu primeiro a repeti
secando as lágrimas do ontem
pela vergonha de não me saber
no quadro da vida escrita,
eu sentia a diferença de tua flor
em meio às flores que todas sentia.
Só que não sabia,
mestra do dia-a-dia,
que daquela historinha
o personagem era eu.
Eu era a formiguinha
que a neve da vida prendeu.
Eu nem sonhar podia
que os então pezinhos soltos
pela neve seriam envoltos
e eu pediria socorro
ao sol por trás do muro,
ao rato e ao gato,
ao cachorro e ao homem
e voltaria a ter fome
do Deus que me teceu.
Este Deus que dentro de mim
com o nó da neve cresceu
e com o dedo da ciência
de quem busca a verdade
apontou pro sol em riste
derretendo o dia-a-dia triste
do meu pé que desprendeu.
Também nem podia sonhar,
mestra do hoje querida,
que no tecer a vida
pra desprender o pé
das sombras de meu caminhar
serias tanta fonte de fé
e um dos mais fortes raios de sol
na busca de meu arrebol.
Se você não conhece a história da formiguinha e a neve, acesse o link
https://www.youtube.com/watch?v=iOgnHJ2BbZI