É frio no pé
é frio na mão
é frio na fé
frio coração
frio na barriga
frio no olhar
não há quem consiga
com frio amar.
É frio na mente
é frio no peito
é frio que sente
o seu ser sujeito.
Do frio sujeito
sujeito ao frio
dum frio que é feito
de inviver o cio.
Frieza que dói
que seca e que queima
que rói e remói
uma vida de teima
odor reprimido
perfume regado
seu cheiro insentido
desejo guardado
onde o gozo não é tido
e o prazer não tem paz
e o buscar é contido
e o amor, incapaz
onde sonho é ofuscado
fantasia é curtida
e o ser é castrado
de viver sua vida.
G. Fábio Madureia