Dia internacional da mulher
Não se pode negar a importância histórica e relativa desta data. Afinal, ela expressa, de alguma forma, o início do reconhecimento da sociedade patriarcal sobre o valor da mulher. Valoração, infelizmente, ainda restrita a algumas áreas, em especial a econômica. O cerne da ideologia patriarcal, entretanto, continua intocado e até mesmo intocável: a mulher é um ser sexualmente não referenciado. Ou pior, ela é referenciada pelo macho ou
por algo seu que lembre a referência masculina.
Por isso que a SER em SI fundou e tenta implementar o MARF – Movimento de Afirmação da Referência Feminina, cujo manifesto se encontra disponível em nosso site,
valendo a pena a sua leitura.
Apesar de sua importância, não se pode negar que a existência desta data sinaliza a permanência da hegemonia do patriarcalismo, pois que, numa sociedade assentada na igualdade de gêneros, todo dia é dia da mulher e do homem.
Nossa missão é lutar pela conquista dessa igualdade, por acreditarmos que o verdadeiro amor só é produzido numa relação entre iguais, numa relação em que ambos sejam sujeitos. E essa igualdade só se dará, de fato e de direito, no momento em que se tomar consciência de que a mulher é um ser sexualmente referenciado. Ou por outra, que a mulher tanto pode ser
potente quanto impotente, tudo depende de sua capacidade de saber lidar com a dimensão da
energia material humana.
Acreditamos que a vivência consciente de sua potência é a condição necessária para a construção de um mundo novo, pois que habitado e sustentado por um novo ser humano, aquele gerado pela:
Afirmo a fêmea potente
em toda a sua inteireza
que se dá como um presente
das forças da natureza.
De uma potência dialética,
pulsante e perceptível,
que a tal da ciência cética
vai tornando invivível.
Viva a fêmea energia
da natureza em nós
pulsando em harmonia
pelo ritmo do cosmos
e com a vida em poesia
reatando nossos nós.