COVID-19 e Energia Material Humana
Só é possível a conversão de um corrupto através da vivência de alguma catástrofe
Chegada a plenitude dos tempos, o Pai enviou o seu Filho para redimir o mundo
O que é a plenitude dos tempos?
A História humana toma novo rumo com o pecado original. É aí que o ser humano começa a reprimir o modelo natural de sexualidade da fusão genital, fonte da energia material humana vital/positiva, e inaugura o modelo sexual da fissão genital, iniciando o processo de produção/reprodução da energia material humana mortal/negativa. Esse processo foi progressiva e paulatinamente num crescendo de vivência até chegar ao ponto em que pode ser teorizado, reduzindo a matéria à sua dimensão de massa. Está aqui a tal plenitude dos tempos: o Homem podendo ser senhor da História mesmo que em agressão à sua própria natureza e à natureza ambiente. Pior ainda, com essa teorização torna-se possível a expansão dessa vivência de forma exponencial e universal, pondo em risco a sobrevivência da própria espécie.
Por isso faz-se necessária uma nova intervenção divina e, agora, de uma maneira radical e inédita. É o próprio Deus que se faz homem para interferir na História, redirecionando-a à sua finalidade primitiva: “criemos o homem à nossa imagem e semelhança.”
Cristo produziu os Evangelhos que nos apontam essa direção. Mas o movimento que Ele começou foi sendo aos poucos contaminado pela teoria que reduziu a matéria a apenas a dimensão da massa, negando a dimensão do espírito que Ele veio recuperar na nossa história. É só olharmos para a História e nos lembrarmos do celibato sacerdotal, das cruzadas, da inquisição, da colonização das Américas, bem como da escravização dos negros e dos índios.
Óbvio que após sua intervenção radical, Deus não mais interferirá diretamente. Cabe ao ser humano seguir os evangelhos e mudar seu próprio rumo. Por causa disso ele vai criando seus próprios venenos: as várias pestes já ocorridas bem como doenças cada vez mais mortais, tal como a aids, que tem a ver ao mesmo tempo com os dois instintos básicos da humanidade: o da sobrevivência, sistema imunológico, e o da preservação da espécie, vivência sexual.
Outro sinal, concreto e inquestionável, de como estamos nos envenenando sistematicamente através da produção/reprodução da energia material humana mortal/negativa é o processo cada vez mais acelerado de decomposição dos cadáveres humanos. Se formos a algum cemitério de índio encontraremos ossos de quem já morreu há centenas de anos. Hoje, nas sepulturas de nossos cemitérios, com poucos anos já não se encontra nem sinal de que ali foi enterrado alguém. Não são mais os micróbios da terra que nos devoram, é a nossa própria energia.
Talvez o pior de todos os venenos é vivenciarmos uma cultura que nos faz confundir prazer com alívio. O que temos chamado de prazer não passa de alívio, que são as descargas da energia material humana mortal/negativa, que nos dão uma momentânea e passageira sensação de bem estar. Até o pecado pode fazer isso. Mas prazer é muito mais que isso. Prazer é o fruir do fluir da energia material humana vital/positiva, produzida por nossas relações, que nos dá uma sensação de satisfação e até de gozo. E isso só acontece quando estamos numa situação de bem estar e harmonia, vivenciando as virtudes.
Estamos agora diante de um novo veneno, a COVID-19. É a depuração da espécie e uma sacudidela geral e universal para que retomemos o rumo do reinado do espírito e do nosso crescimento espiritual. E só o faremos de fato se recuperarmos a dimensão da energia em nossa relação com a matéria, reintroduzindo na nossa visão de mundo o conceito de energia material humana, que foi sempre o principal alicerce da Sabedoria Popular.
Preparemo-nos, porque a COVID-19 não é ainda o último aviso. Outros virão e cada vez piores. Afinal, ninguém se considera mais pecador, pois o pecado só é compreensível à luz da dimensão energética. E como passamos a desconsiderá-la, tornamo-nos todos corruptos. Passamos a agredir a nossa própria natureza inconscientemente ao produzirmos/reproduzirmos a energia material humana mortal/negativa. Deixamos, pois, de nos vermos pecadores para nos tornarmos corruptos. E para o corrupto só pode haver conversão diante da vivência de alguma catástrofe individual e/ou coletiva