A mulher e sua referência
“E vivendo o calor da doçura que o faz, construindo o amor prum novo mundo de paz.”
Para tanto temos que superar a cultura patriarcal. E essa superação passa necessariamente pela recuperação da referência feminina em todas as áreas e, em especial, na sexualidade.
Só assim se faz possível a vivência do modelo da fusão genital, fonte da energia material humana vital/positiva que, sendo calorosa, perfumosa, oleosa e doce, é a matéria prima de todas as virtudes que potencializam nossa humanização, seja no plano individual, seja no planto coletivo.
A perda da referência sexual feminina inaugurou e tem sustentado o modelo da fissão genital, produtor/reprodutor da energia material humana mortal/negativa que, sendo fétida, frígida, seca e salamarga, torna-se a matéria prima de todos os nossos males e o principal combustível do patriarcalismo.
Para que a mulher deixe de ser objeto e passe a ser sujeito de sua história, exercendo o seu papel de protagonismo na evolução humana, é necessário que ela assuma a sua verdadeira feminilidade, que, no campo sexual, é o intumescimento e contração vaginal, base material da potência orgástica e de toda a vitalidade de seu ser.
Neste dia internacional da mulher, nosso MARF (movimento de afirmação da referência feminina) parabenizando-a pela sua incansável e histórica luta, dedica-lhe a seguinte poesofia:
REFERÊNCIA
em dó
é o orgulho
desafiando
desafinando
a melodia;
em ré
é das heranças
não liberto
só com o umbigo
sempre por perto;
em mi
se for eu mesmo
para que não tenha
que caminhar a esmo;
em fá
lá num discurso
que só falseia
o que na veia
é seu real;
em sol
que no céu brilha
mas que em nós
não é a trilha;
em lá
que não se sabe
se há ou se virá
pois é o escuro
de um futuro;
em si
que é presente
e se encontrou
pois em si
perscrutou
o Deus
que o criou.
O ser só é
se sua referência
é em si
pois em sendo
essência
irradia
no dia-a-dia
a alegria
de sua fé
n´Aquele que é.
Afinado nesse tom
potencializa seus dons
crescendo em virtude
gerando sabedoria
para uma sinfonia
que o mundo mude.