No inconsciente coletivo da Sabedoria Popular existia a convicção de que só as pessoas virtuosas têm a capacidade de vivenciar o verdadeiro amor. E esse era o foco dos namorados: descobrir até quanto o seu pretendente era verdadeiramente virtuoso. Só as virtudes possibilitam o verdadeiro prazer e, por consequência, a capacidade de gozar a vida, inclusive sexualmente. É por aí que se forma o chamado calor humano, tão característico da cultura dessa sabedoria.
Hoje, sem a presença desse calor humano, seja nos lares, seja na sociedade como um todo, fica difícil você encontrar pessoas realmente virtuosas. Pelo contrário. Na medida em que vivemos numa cultura cuja marca principal é o medo e a agressão à natureza, não só a do meio, mas, principalmente, a humana, com a consequente produção/reprodução da EMH- (energia material humana mortal/negativa), pecar passou a ser até chique: “divina gula”, “inveja boa”, “sair pro crime”, etc. Com a negação da dimensão da energia na matéria, o conceito de pecado esvaziou-se completamente, tornando-se até um tabu, um interdito. E se não há pecado, não há pecadores. Como tal, perdeu-se a noção de culpa. Sem culpa, vira-se corrupto. Pode-se tudo e nada de arrependimento. Aqui está a explicação para a crescente frieza humana, individual e/ou coletiva.
É então que entra em cena a figura do “teste drive“. Como não se tem mais calor humano que atraia, fica-se só na aparência física, na atratividade da beleza externa. E como isso não é garantia de uma relação saudável e duradoura, tem-se que experimentar para se medir o grau de frieza.
Só que tal experimentação é muito mais complexa do que se imagina. Na medida em que o desejo humano está num processo de evolução (do cio biológico para o psicobiofísico), nada está pronto e acabado, principalmente o desejo feminino. Esse só tende a evoluir e amadurecer numa busca permanente e estável do casal pelas suas verdades, num ambiente de abertura e solidariedade, seja dentro de um casamento formal ou fora dele.
Tal busca, porém, só será bem sucedida se os indivíduos conhecerem a origem e o funcionamento da EMH (energia material humana). É que esse processo para evoluir, e não involuir, tem que focar na liberação das cargas de EMH-, que deixa nossos tecidos insensíveis ou hipersensíveis, impedindo o fruir do verdadeiro prazer e, consequentemente, do gozo.Essa liberação das cargas de EMH- nos traz um estado de alívio e cria um ambiente de bem estar para podermos fruir o verdadeiro prazer. E aí passamos a enfrentar e superar a vida pecaminosa e a cultivar as virtudes, para que nos tornemos sujeitos da EMH+ (energia material humana vital/positiva) e multiplicadores de vida.
Que o dia dos namorados seja um estimulo para esse tipo de reflexão e nos deixe ver o nosso semelhante como sujeito e não apenas como objeto. Para isso, dedicamos aos namorados a poesofia virtude, desejando-lhes muitas felicidades que virá com o cultivo do Calor, do Perfume, da Oleosidade e da Doçura, as características positivas do amor e da EMH+.