A mulher e sua potência vital

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
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A mulher e sua potência vital.

“Ser ou não ser, eis a questão.” Para nós, porém, a questão é mais profunda e desastrosa: é não se ter esta questão, colocando sua referência no outro, fora de si. E esse tem sido historicamente o principal fundamento da cultura patriarcal ao tratar da realidade feminina.

Por isso, a principal finalidade da SER em SI é lutar pela superação da sociedade patriarcal e de todos os seus filhotes, principalmente o capitalismo, para que, de fato, passemos a desenvolver uma sociedade que cultive o amor na sua verdadeira acepção. Faz-se necessário, portanto, que identifiquemos e  superemos as desigualdades entre os seres humanos na sua dimensão essencial, porque na dimensão funcional sempre seremos diferentes e desiguais.

Como se pode produzir amor numa relação entre seres potencialmente tidos como desiguais? A propalada desigualdade de potência entre homem e mulher é a base principal da sociedade patriarcal. Aliás, pior do que se saber impotente, é nem se ter a consciência de potência ou impotência, é a tal da irreferência feminina, já explicitada por Aristóteles e reforçada por toda a literatura posterior, culminando com o nosso mestre Freud.

Em função disso, a SER em SI lançou como um de seus principais projetos o MARFMovimento de Afirmação da Referência Feminina, cujo manifesto se encontra em seu site. Ele merece ser lido e refletido, principalmente nesta data em que comemoramos o dia internacional da mulher, pois que requalifica a histórica luta das mulheres em busca da igualdade. Nele explicitamos “que a potência orgástica tem como base material necessária, porém não suficiente, a consciência e vivência da potência genital, cuja expressão material é o intumescimento e contração vaginal.” Leia-o em sua íntegra: https://www.seremsi.org.br/index.php?link=20&id=1

Tudo isso se explica pelo sentido da História humana que é a superação do cio biológico na busca do psicobiofísico, recuperando-se a capacidade de se vivenciar a complementaridade do nosso ser através da fusão genital. .Pena que o conhecimento até hoje dominante só fez e faz aprofundar a realidade do anti-cio (fissão genital), gerando o modelo de relação produtor/reprodutor da Energia Material Humana mortal (EMH-), matéria prima da inveja, do ódio e dos demais males e vícios! Talvez, por isso, cada vez mais estamos perdendo as referências sexuais que nos humanizam e nos tornam sujeitos/objetos de amor!

Quando conseguirmos produzir e disseminar um saber que recupere a dimensão de energia na nossa visão da matéria, em especial, da materialidade humana, começaremos a trilhar o caminho da prometida “vida em abundância”, sendo, de fato, “dois em uma só carne” e vivenciando uma:

POTÊNCIA DESCONHECIDA

Quero compor um hino

à potência feminina

que pelo histórico destino

de não se realizar

ficou à sombra do poder

que, em luta com seu par,

só ajuda a crescer.

Potência feminina

multiplicada

e não somada

à potência masculina

dá a humana medida

da potência desta vida:

é o Homem elevado

a uma potência desconhecida.