Prazer ou alívio: qual é a sua?

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
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“Amo-te tanto, como amo o gozo e Cristo amou ardentemente a cruz.”

 “Prazer ou alívio?

Pena que esses versos da famosa modinha “Amo-te muito”, do cancioneiro mineiro, nunca sejam cantados! Com isso, sendo praticamente desconhecidos, não se divulga o cerne da cultura da sabedoria popular. Vê-se claramente, e através de uma comparação que não deixa dúvidas, que para o povão o gozo sempre foi a referência. E ele podia aspirar por isso. Sua forma de viver era embasada na constante busca do prazer, pois só na dimensão do prazer pode acontecer o gozo. E seu saber era um facilitador. Nele se distinguia claramente prazer de alívio.
Atualmente, entretanto, nossa aprendizagem tem-nos levado a uma total confusão com essas palavras, a ponto de nos deixar perdidos! Tem-se chamado de prazer a uma sensação que geralmente não passa de alívio. Por isso que o gozo tem deixado de ser referência. Na dimensão do alívio o gozo não se dá.
Essa confusão e conseqüente desorientação resultam de um saber que, cada vez mais, nega a dimensão da energia material na nossa realidade humana. Negação que não existia na sabedoria popular. Muito antes pelo contrário. Nela a energia material humana sempre ocupou o centro das atenções. É só nos lembrarmos das benzedeiras, dos rituais de purificação mas, sobretudo,  de seus hábitos, que propiciavam uma relação prazerosa com tudo que tivesse a ver com a natureza.
Tudo isso porque a sabedoria popular, ao admitir a dimensão da energia na realidade humana, sempre sacou a sua dupla face: uma, positiva e a outra, negativa. E, a partir dessa percepção, foi desenvolvendo formas de se livrar da negativa. A essa liberação dava o nome de alívio. Alívio, portanto, é a nossa capacidade de nos livrarmos das cargas de energia material humana mortal/negativa herdada ou recebida e, principalmente, daquela por nós mesmos reproduzida ou produzida e que se expressa sobre as formas de mal estar, incômodo e dor. Assim, na dimensão do alívio, o  que interessa é o produto, o resultado. E viva a quantidade! Daí a eterna insatisfação! Que reine, pois,  o consumismo ou até mesmo o desperdício!
Prazer é outra coisa. Prazer é a capacidade de nos interagirmos com a energia positiva, vital, fruindo a relação material que a produzNa dimensão do prazer o  foco é o processo, a forma. Para isso é preciso que estejamos em paz, em harmonia conosco mesmo. É a dimensão da qualidade! Prazer, portanto, não é a causa do bem estar e sim, sua consequência. Por isso que o verdadeiro prazer só é vivenciado no cultivo das virtudes. Elas são a expressão do nosso desejo, da nossa potência, da nossa pureza de energia material humana mortal/negativa. Tão mais intenso, portanto, será esse prazer quanto menos estivermos carregados dessa energia mortal/negativa.
Por isso quem vive cultivando os vícios  nem admite falar em energia material humana.  Afinal,  vive do cultivo de sua face negativa! Que pena!  Está perdendo a oportunidade de começar a aprender sobre aquilo que sempre procurou e nunca encontrou: a verdadeira dimensão do prazer e do gozo!”
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