G.Fábio Madureira
Eu só quero que a poesia
que não é minha, é da gente,
seja apenas regalia
da vida, seja presente.
Presente para quem luta
uma luta destemida
e que por isso desfruta
os segredos desta vida.
Luta contra a maldade
que em si se alojou,
nascida da inverdade
que esta cultura criou.
Combate contra o agora
que impede nossa busca,
contra o modelo de fora
que nossa beleza ofusca.
É uma guerra de guerrilha
contra esta organização
que despista nossa trilha
de chegar no coração.
Que seja na jagunçagem
contra o gigante montado
e na certeira passagem
tombe bem ensangüentado.
Sem forças pra reagir,
sem tempo de voltar atrás.
E toda vida florir
porque só a gente é capaz.
A gente que unida,
cada um no seu canto,
busca sempre a verdade,
dona de sua vida,
grita com todo encanto
a solidariedade
e canta sem que agrida
loas à liberdade.