G. Fábio Madureira
A esta altura da vida
já não entendo mais nada,
aquilo que é saída
já usam como entrada.
Questão de nome não é:
o homem nomeia as coisas
por um motivo qualquer.
Só que até certo momento
pau era pau, pedra era pedra
e a partir de certos inventos
o que é pau já não era.
Sexo era algo sabido,
temido e respeitado,
acima de tudo querido,
de tudo o mais cobiçado.
Havia homem e mulher,
a cada um seu distintivo.
Hoje, mesmo que quiser,
não sei com qual eu vivo.
Tem sexo que é sexo,
tem outro que é oral,
já não vejo mais nexo
nesta busca infernal.
Tem um outro que é corrente
e lhe chamam de anal,
eu não sei o que sente
essa onda anatural.
Defendem a ecologia,
a selva e o animal,
mas fazem uma orgia
com o seu ser natural.
Nada tenho contra o carinho
seja quando e onde for.
Mas o que foi feito pra ninho
que só aninhe por amor.