G. Fábio Madureira
Geral(do),
Fábio.
Eu criança
e você anjinho,
mas o que queria
é você criança
pra comigo brincar
e nem sua lembrança
podia degustar.
Sua presença
sempre me rondou,
só não entendia
o porquê da sombra
e de tanto peso
de suas asinhas
Sua ausência
jamais se explicava
pela divina vontade:
a minha inocência
não a aceitava
E hoje me dobro
àquela inocência:
o Artista Perfeito
não cria uma obra
para ser desfeita
Somos nós mesmos
com nosso plano
chamado de humano
nessa longa busca
às vezes insana
que ainda ofusca
o divino plano.
No que vou sacando
o porquê da sombra
de suas asinhas
vai ficando leve
a sua ausência
e já gera luz
a sua presença
em nossa esperança
de que por fim
poderemos brincar
um brinquedo sem fim.