G.Fábio Madureira
Nem sempre mágoa se sabe.
Chega até se achar amor.
Mas com ela amor não cabe,
tem-se um ser só sofredor
que do ser que é dito amado
tem lembranças só ruins,
no seu ser descompassado
o prazer não atinge o fim.
A mágoa não mostra a cara
sua arma é de frieza
ao menor sinal dispara
bem certeira e com presteza.
Põe na alma sua mira
sua forma é de alfinete
que no coração atira
com azedume e sem azeite.
Ela tá sempre alerta
esperando a ocasião
que quando chega, espeta,
machucando o coração.
E é esse seu “prazer”
numa vida de aflição
impedindo-se o crescer
o curtir qualquer tesão.