Criança feliz?!
Nossa felicidade é proporcional à nossa capacidade de reconhecer e realizar nossos desejos. Por isso que, na Sabedoria Popular, o respeito ao desejo da criança era algo sagrado. Por exemplo, obrigar uma criança a comer algo de que ainda não gostava, ou não queria naquele momento, era considerado pecado gravíssimo.
· Respeito ao desejo sim. Às vontades nem sempre!
É que nem sempre vontade expressa desejo. Muitas vezes a vontade expressa mais caprichos que desejo. E às vezes, mais do que capricho, ela é a expressão de poder e manipulação: birras, pirraça, morrinha, muxoxo, etc. Aí entravam o discernimento e a autoridade do educador da Sabedoria Popular para “por a criança em seu devido lugar”.
Se uma criança persistisse com esse quadro é porque não estava bem. Precisava visitar a Siá Maria, a benzedeira lá do morro. E a Siá Maria, após seu ritual de benzeção, alertava tanto o pai quanto a mãe sobre o tal do olho gordo. E não só o de gente de fora, mas principalmente dos de dentro da casa, em especial, dos próprios pais.
E a criança voltava a se alimentar normalmente, a ter um sono tranquilo e um comportamento doce, como se esperava de qualquer criança saudável e sadia. Ou por outra, voltava a se conectar com o seu desejo, que havia sido sufocado pelo excesso de energia material humana mortal/negativa e virado compulsão.
· Desejo e vontade na visão da Energia Material Humana
Com a negação da energia na dimensão da matéria, nem mais os adultos têm sabido reconhecer e, muito menos, realizar seus próprios desejos. Com isso, a vontade tem estado cada vez mais distante do desejo e ficado mais perto da compulsão.
Assim, chegamos num ponto em que realizar a vontade tem sido o meio mais eficaz de se reprimir o desejo. Haja vista que nem temos sabido ser sujeitos de nossa própria alimentação, coisa que até os mais inferiores dos animais sabem muito bem. Vivemos de dietas, receitas, moderadores, estimulantes, reguladores e, principalmente, cada vez mais dependentes de especialistas.
Um adulto que desconhece a dimensão da energia na matéria e confunde desejo com compulsão jamais permitirá a felicidade de uma criança. Pelo contrário, alimentará constantemente seu lado neurótico, vivendo e a fazendo viver de sentimento de culpa. Só que criança cresce. E crescida, se acreditando adulta, mas tendo consciência de que, na prática, não o é, cobrará de seus pais, e de todas as maneiras, o fato de não ter aprendido a reconhecer e, muito menos, a realizar os seus desejos.
· Infância e magia
Urge, pois, que recuperemos a dimensão da Energia Material Humana na nossa visão de mundo, para podermos respeitar nossos desejos e deles sermos sujeitos! Principalmente, para podermos permitir que nossas crianças vivam uma infância feliz e saudável, cultivando a magia que lhes permite serem os verdadeiros destinatários do “reino dos céus”!
PARABÉNS A TODAS AS CRIANÇAS QUE PARTICIPAM DE SUA VIDA!
Parabéns, principalmente, pela criança que ainda habita em você, pois que permanece buscando viver a e da racionalidade mágica!.
Confira nessa poesofia um pouco mais do que lhe desejamos: