Ao acabar o seu banho de água quente, não saia de debaixo do chuveiro. Por isso escolha um momento em que ninguém, por qualquer motivo, possa incomodar.
Continue deixando cair a água quente na sua moleira.
Relaxe o máximo possível. Para isso, procure uma posição agradável. Até sente-se, se for o caso. Imagine situações prazerosas. De preferência ligadas à natureza: cachoeira, rio, floresta, jardins, etc.
Continue deixando a água cair na moleira. Deixe o seu corpo se expressar do jeito que ele quiser: formigamentos, algum espasmo, gases, espirros, etc.
Chega um momento em que você até acha que a água está entrando na moleira. Claro que não passa de uma falsa sensação.
Certamente, nesse momento, você vai perceber que a água está começando a se esfriar. E está mesmo. Não a água que sai do chuveiro. Essa continua na mesma temperatura. A que esfria é aquela que já passou pela sua cabeça. E você pode comprovar isso, aparando-a antes de cair nos ombros. Ela estará gélida..
Ao constatar essa mudança, desligue o chuveiro. Enxugue-se normalmente. Vá para um canto tranqüilo. Dê uma relaxada de 10 a 15 minutos e seu corpo voltará à temperatura normal. Só que agora acompanhada de uma leveza que há muito você não sentia.
Não insista em ficar debaixo do chuveiro quando tal acontecer. Além de não ser prazeroso, você está acionando processos sobre os quais pode não ter controle.
Certamente você não irá sentir tudo isso na primeira vez em que experimentar esta prática. Para que tal aconteça, três fatores são determinantes: 1º -grau de relaxamento; 2º – intensidade das cargas de energia material humana negativa ou mortal; 3º – temperatura da água.
Recomenda-se esta prática pelo menos uma vez por semana. Vale a pena até diminuir-se a freqüência do banho normal para não se ter sentimento de culpa em relação ao gasto de água e energia.
É uma prática de descarrego. Vale para aqueles dias em que você estiver se sentido pesado(a), desanimado(a), estressado(a). Ajuda também a aliviar a dor de cabeça. Mas, sobretudo, nos mostra concretamente o quanto temos produzido/reproduzido energia material humana negativa ou mortal e como ela é a matéria prima de todos os nossos males.
A explicação é razoavelmente simples. Nossa natureza não foi feita para conviver com a energia material humana negativa ou mortal, que é uma produção histórica, tanto a nível coletivo quanto individual. Por isso, nosso corpo tende a expulsá-la de si. A questão é que todos os nossos hábitos e comportamentos têm sido no sentido de impedir essa expulsão (almofadas, sapatos, roupas, etc) e de criar mecanismos para podermos conviver com ela (cosméticos, analgésicos, perfumes, desodorantes).
A região que fica entre o couro cabeludo e o crânio, como está na extremidade e circunda nosso sistema de controle, o cérebro, termina sendo um excelente espaço para ela se alojar. A pressão e o calor da água sobre a moleira fazem com que essa energia se mostre com a sua verdadeira cara: frigidez. É que ela é frígida, fétida, seca e salamarga. Só que esse frio é tanto que chega a queimar. Lembra o gelo seco. Daí as expressões da sabedoria popular como cabeça quente, miolo fervendo, etc.
Esse é o frio da alma. Também ela merece um banhozinho de vez em quando.