G.Fábio Madureira
Os radicais
são livres
por não serem
originais,
resultando
de agressões
e de mutações
das raízes
naturais.
Radicalidade
não rima
com a humana
liberdade.
Radicalizando
a liberdade
nega-se a natureza
renegando-se
sua legalidade:
radicalidade
passa a rimar
com artificialidade.
Cria-se vida
(ou morte?)
própria
com sabor
de autonomia
de células
em desarmonia.
Morre meiose,
nasce terciose
que noutra geração
vira quintose:
morte ao coração!
viva a razão!
E haja alimento
in natura
ou in bula
pra nutrir
essa ferida
feita na vida!
Como povão
não radicaliza
e cegamente
a natureza acata,
no sempre sacou
que radicalidade
expressa energia
que fere e mata
e sempre que pode
dela se descarta
pra não ter o bode
da negatividade.
Mas como se insiste
na liberdade dos radicais,
a mitose fica manca
pois dela se desbanca
o seu final
gerando um real
só de mitos:
veste-se a nudez
de ricas fantasias
e de calor, a frigidez,
pra nutrir de energia
esta invida vazia.