De onde vêm suas vontades?

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
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De onde vêm suas vontades?

Nossas vontades podem expressar nosso desejo ou nossa compulsão.

Já foi dito que nossa civilização, tida como ocidental cristã, fundamenta-se na repressão ao desejo. Preferimos chamá-la de greco-judaica, pois até hoje, na prática histórica, o cristianismo quase só lhe tem servido de embalagem. De qualquer modo, a Teoria da Energia Material Humana comprova essa afirmação: o desejo é reprimido pelo saber produzido por essa civilização, pois é todo embasado no conceito de que matéria é igual à massa, negando-lhe sua dimensão de energia.
Com essa negação, o que esse saber tem feito é criar meios e modos de convivermos com a energia material humana mortal/negativa, sem que aprendamos a dela nos desfazer. Com isso, cada vez mais, nos distanciamos de nossa própria natureza e, consequentemente, do nosso próprio desejo.
É uma pena! É a vivência do desejo que nos traz paz e felicidade! E é isso que nos liga com o Deus Amor!
Por ser a expressão da natureza em nós, o desejo é paciente, tem senso de oportunidade e é respeitoso. Daí que a sabedoria popular tinha uma verdadeira relação de sacralidade com ele.
Já a compulsão, que atualiza as nossas heranças históricas, é impaciente, oportunista e egoísta. É ela que gera o tal do capricho – ou voluntariedade –  que tanto a sabedoria popular combatia!
Vamos tentar entender esses dois conceitos a partir da Teoria da Energia Material Humana.
O ser humano é um sistema vivo que funciona regido pelos instintos de sobrevivência e preservação da espécie. Para cumprir a missão desses dois instintos coexistem 5 sub-sistemas que funcionam independentemente de nossa vontade e por isso são chamados de autônomos: respiratório, digestivo, excretor, reprodutor (fase genital) e produtor (fase sexual).
Apesar de terem seu tempo próprio e sua própria dinâmica, o grau de amadurecimento do primeiro subsistema interfere na evolução do segundo, e assim por diante. E é através do amadurecimento progressivo e cumulativo de cada um desses subsistemas autônomos que se dá a formação do nosso desejo.
E o amadurecimento do desejo se mede pela capacidade do indivíduo de controlar cada um desses subsistemas e de dessa vivência extrair o máximo de prazer. É essa a medida de nossa potência: quanto mais nos sentimos senhores de nossos desejos mais nos sentimos potentes.
O desejo sexual maduro é, portanto, a síntese da evolução de todas as etapas anteriores.
Sendo o desejo a expressão da natureza em nós, podemos afirmar que é através de sua vivência que produzimos/reproduzimos a energia material humana vital/positiva (EMH+), a nossa energia natural e primitiva.
Na medida, porém, em que o ser humano vai aprendendo a reprimir seus desejos, passa a agredir sua própria natureza e passa também a produzir/reproduzir a energia material humana mortal/negativa (EMH-). É essa energia que vai sujando os sensores de nossos subsistemas autônomos, impedindo o nosso real controle sobre eles e impossibilitando-nos de sentir prazer.
Ou por outra, se imaginarmos que o desejo fosse uma célula, a energia material humana mortal/negativa (EMH-) a encobriria por camadas, impedindo seu fluxo normal e produzindo um processo de expulsão violenta a que damos comumente o nome de compulsão.
A vontade pode, pois, expressar tanto o nosso desejo quanto a nossa compulsão. Quando ela é expressão do desejo, propicia prazer e satisfação. Quando expressa compulsão, gera um alívio imediato, mas também um estado permanente de insatisfação, gerando a famigerada voluntariedade (capricho).
Daí a importância de estarmos sempre atentos às nossas vontades, delas nos desconfiando e perguntando-nos sempre: são expressão do nosso desejo ou de alguma compulsão?
Mais importante ainda é tentarmos ir nos livrando daquelas que expressam compulsão, a fim de que nos aproximemos cada vez mais do nosso desejo e possamos viver uma vida de paz, prazer, gozo e felicidade: o verdadeiro reino do amor, da vida em abundância.
Para refletir um pouco mais sobre esta temática, confira a poesofia “Voluntariedade”:
https://www.seremsi.org.br/index.php?link=18&id=212