G. Fábio Madureira
Nossa história urde
processo infernal
combate à virtude
afagando o mal.
Virtude é força,
pecado impotência,
mesmo que se torça
da vida a ciência.
Tem arauto que prega
do vício o prazer
e à virtude nega
seu desenvolver.
Prazer não é não.
É alívio apenas
e alienação
pra viver de cenas
Não vive o bem
porque é incapaz
dizendo amém
ao que é falaz.
Virtude é sentir
o bem em processo
e a vida fruir
sem menos nem excesso.
É isso o prazer
pra bem da verdade
o resto é torcer
nossa realidade.
Desejo curtindo,
ser em harmonia,
processo sentindo
da massa e energia.
Não precisa esforço
não sente aflição
velho ou moço
ouve o coração.
E a mente responde
à pura verdade
levando pra longe
toda falsidade.
Se ‘vir” é varão
pra “tus” é consenso
ser a tradução
perfume e incenso.
Virtude é pois
do gozo a fonte
na busca dos dois
para o céu a ponte.
De vez que o gozo
somente acontece
num ser em repouso
que ao cio aquiesce
com toda a certeza
e em sintonia
com a natureza
da massa e energia.