Censor

Superação do cio biológico: A história humana (individual e coletiva) é determinada pela superação do cio biológico da fêmea em busca do cio psicobiofísico.          A Sabedoria Popular sempre considerou a dimensão da Energia Material Humana na sua visão de mundo.          O afluxo sanguíneo é que gera a potência genital, seja no homem, seja na mulher.          As doenças do corpo e da mente são alimentadas pela energia material humana mortal/negativa.          Fusão genital é o modelo de relação sexual onde homem e mulher vivenciam sua potência genital.          O modelo de vida (individual ou coletiva) da auto-regulação pressupõe a consciência e o enfrentamento da realidade do pecado.          A noção de pecado originária da Sabedoria Popular é porque essa sempre considerou a dimensão da energia material humana na sua visão de mundo.          Para a Sabedoria Popular pecado é a transgressão de alguma lei que rege a natureza humana.          Potente é quem, mais do que em suas capacidades, tem consciência de seus limites e os respeita, buscando sua superação.          A vivência da virtude nos faz potente e a vivência do pecado nos deixa impotente para amar e gozar a vida.          Não existe pessoa desorganizada: uns se organizam para ter paz, outros para ter aflição.
Castração pela gula: respiração comprometida!
19/11/2020
Palácio real
22/01/2022

Criticar quem confunde alívio com prazer não é censura, e sim, pura sabedoria.

Criticar quem confunde alívio com prazer não é censura, e sim, pura sabedoria

 

 

 

 

Quando eu era criança

sabia o que era prazer

depois de alguma andança

procuro reaprender

 

Por tê-lo já bem sabido

descartava enganação

como um jovem atrevido

aos outros dando lição.

 

Mas por ser ainda incompleta

a lição nunca pegava

e eu ficava na reta

da crítica que aumentava.

 

Me chamavam de censor

e como isso me feria!

se criticava era a dor

onde prazer se queria.

 

Não era a dor instantânea.

E isso eu já entrevia

que a sensação momentânea

de “prazer” só dor traria.

 

É que não havia um nome.

Aliás o nome havia:

é o alívio que consome

e o povão já bem sabia.

 

Mas pra ter a distinção

é preciso conhecer

sem nenhuma confusão

o verdadeiro prazer.

 

 

II

 

 

Quem já de fato o curtiu

jamais irá confundi-lo

com o verdadeiro ardil

que o alívio nos urdiu.

 

No prazer é o processo,

o fruir a caminhada.

No alívio é o sucesso

o que importa é a chegada

 

mesmo com os pés em frangalhos

cheios de espinhos e cortes

valem mais as tais migalhas

selando uma triste sorte

 

de alguém que não viveu

passando por cima de tudo

pois que a vida não sorveu

com o coração sempre mudo.

 

Nunca que sente o que faz

por isso não tem valor

não se tornando capaz

de superar sua dor

 

III

 

Não há prazer verdadeiro

com os sensores desligados,

tem o ser que, por inteiro,

tê-los todos ativados.

 

Tal como é a terra que gira,

com os sensores funcionando

não há censor que interfira

no prazer se processando.

 

IV

 

Me chamavam de censor

mas jamais de moralista

por ser da busca a favor

mesmo que fora da pista.

 

Sempre cultivei virtude,

fonte do real prazer,

e fui até onde pude

pra não ter que alívio ter.

 

Mas pro saber fazer jus,

diferente do que tinha,

ao alívio me dispus

perdendo a alma minha.

 

 

E por um tempo também

com o prazer o confundi

dizendo um triste amém

e minha verdade traí.

 

Mas o meu corpo gritou

pra salvar a minha alma

e a dor se instalou

exigindo-me a calma

 

pra sacar a diferença

entre alívio e prazer

entre a força da querença

e a falácia do saber

 

Popular sabedoria

só lhe tenho a agradecer

o que, só, não saberia

pra distinguir o prazer

 

do alívio entronizado

pelo reinante saber

como seu meio forjado

de destruir nosso ser

 

Reavi sabedoria

e o sabor do meu prazer

entendendo a energia

que na matéria há de ter.

 

Com esse novo conceito

de verdade ambivalente

já não trago no meu peito

aquele drama ardente.

 

Com a energia vital

o prazer se processa,

com a energia mortal

é o alívio que obsessa

 

Nada disso é censura,

é pura sabedoria

de um saber que ainda perdura

e que só amor irradia

 

Se isso é ser censor

contente eu o assumo

sustentando o amor

em seu verdadeiro rumo.

 

V

 

Cadê o prazer na inveja?

Onde o prazer na luxúria?

Onde o prazer na peleja?

Cadê o prazer na fúria?

 

Onde o prazer no orgulho

que nossa vida esgarça

transformando-a em entulho

pela cobiça que graça?!

 

O prazer não está no agito

muito menos na tal gula

ainda menos no aflito

que é o alívio que emula.

 

Prazer rima com virtude

nada pra se discutir

não há nada que isso mude,

só virtude vou curtir.

 

G. Fábio Madureira

 

 

 

.